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Este trabalho trata de alianças afetivas com a Mata Atlântica, mediadas pelas artes visuais, podem ressignificar relações educativas em contextos escolarizados e não escolarizados. Motivada pela urgência de repensar a conexão humana com a natureza em tempos de crise ambiental, a pesquisa inspirou-se na vitalidade do bioma para propor modos de ser e agir na educação. A partir da vivência sensível com plantas, insetos e outros seres do território, propõe-se uma reconfiguração das relações entre arte, educação e natureza, fundamentada nos conceitos de descentramento do humano, fluxo da vida, biodiversidade e pertencimento. Desenvolveu-se a metodologia do convívio, baseada na escuta, presença e implicação com o território, que se materializou em ações como caminhadas territorializantes, vivências com seres da floresta, levantamento da fauna e
flora em acervos de livros infantis, aulas em uma lagoa, formações com professoras e oficinas com
crianças. Essas propostas convocaram ao envolvimento, ao descentramento e à implicação com o fluxo da vida, sendo realizadas nas cidades de Maquiné, Osório e Farroupilha, localizadas no bioma Mata Atlântica, no estado do Rio Grande do Sul. Ao longo do percurso, a pesquisa priorizou dialogar com autores territorializados do Brasil e se enraizar na percepção de que a floresta é território de saberes e afetos, sugerindo que a escola se torne espaço de encontro com a diversidade da vida. Foi elaborado um livreto como produto artístico educacional, como convite à aproximação com a Mata Atlântica, contribuindo para imaginar e construir outras formas de existência e aprendizagem em tempos de extinções em massa. O que se pode observar é que as ações ampliaram a percepção sobre o território, fortaleceram vínculos afetivos com a floresta e provocaram deslocamentos nas formas como estudantes, professoras e crianças se relacionam com os espaços naturais. Em um contexto de crise ambiental, reafirma-se o potencial das artes visuais e da convivência com o território na reinvenção do educar como gesto político, poético e coletivo. |
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