Esta pesquisa analisa a formação permanente de professores, fundamentalmente, refletindo sobre as características dos momentos coletivos de formação promovidos pelas instituições de ensino para os professores que estão em serviço. O trabalho confronta e busca alternativas para romper com o formato generalista de formações permanentes, caracterizada pela passividade dos professores frente a um formador externo que expõe e impõe seu conhecimento na ideia de apontar soluções prontas para eventuais problemas genéricos da educação. Alicerçada pela epistemologia de Ludwick Fleck, que traz a ideia do coletivo de pensamento como condição para o desenvolvimento de conhecimento, este estudo apresenta o seguinte problema: Como conceber um processo de formação permanente que valorize o conhecimento do coletivo de pensamento dos docentes? Desta forma, a estrutura apresentada nesta pesquisa rompe com a perspectiva das formações standard apontadas por Francisco Imbernón, trazendo uma formação permanente desenvolvida com professores do município de Linha Nova/RS. O modelo formativo desenvolvido neste trabalho apoiou-se em três conceitos de Paulo Freire que foram fundamentais para a reflexão e para inspirar as estratégias utilizadas: a comunicação, a dialogicidade e a problematização. O desenrolar da pesquisa aconteceu em meio ao distanciamento social imposto pela pandemia da Covid-19, fazendo com que a formação permanente fosse realizada de maneira remota com os professores participantes. Mesmo assim, fica evidente na análise dos dados coletados e nas considerações finais, o quanto os professores engajaram-se no processo formativo, e o quanto sentiram que seus saberes foram valorizados e que tinham condições de, coletivamente, encontrar soluções para os desafios enfrentados por eles em seu contexto educacional. Portanto, a formação permanente de professores, deverá ser pautada pelo diálogo, colocando o professor como protagonista do processo; utilizar metodologias ativas, buscando a ruptura com os modelos tradicionais de ensino; e mobilizada por problematizações contextualizadas e conectadas com os desafios locais.