A questão da vulnerabilidade infanto-juvenil adquiriu maior profundidade durante a pandemia no mundo e no Brasil. Apesar do extenso histórico dos fatores e das condições de produção da vulnerabilidade no Brasil afetando infâncias, não houve maior inclinação do olhar e de ações capazes de acionar profundas políticas públicas em prol de menos violências e de efetiva proteção ao público infanto-juvenil. A educação nas instituições escolares e não escolares apresentam potencial ao esclarecimento e encaminhamentos em prol da segurança emocional de crianças e adolescentes. Partindo desta tese, a pesquisa tem por objetivo explicitar o potencial terapêutico da ludicidade junto a um grupo de crianças em situação de vulnerabilidade (s), de uma instituição não escolar. Os objetivos específicos são a) caracterizar a condição de vulnerabilidade infantil; b) identificar as possibilidades terapêuticas do lúdico com foco na vulnerabilidade infantil; c) investigar sobre impactos do lúdico no âmbito sócio emocional das crianças. O estudo aprofunda o potencial pedagógico da ludicidade oferecendo bem-estar capaz de produzir segurança emocional. O estudo busca aportes teóricos em Ruf (2018), Winicott (1975). A metodologia da pesquisa, de caráter qualitativo, utilizou os instrumentos: o estudo da instituição não escolar, entrevista online com o psicólogo que atende o público infanto-juvenil e as famílias em situações de vulnerabilidades que a procuram e entrevista à professora de educação infantil em comunidade vulnerável. Compreendeu-se que a formação de professores necessita incluir o tema da vulnerabilidade X segurança emocional segundo os princípios de Winnicott e da Pedagogia de Emergência. As ações, lúdico artísticas constituem recurso potente a fim de amenizar os traumas diante do conjunto de vulnerabilidades vividas nos contextos em que habita o público infanto-juvenil.