Resumo:
A matéria - prima terebintina pode ser encontrada na forma de óleo volátil, componente
separado da goma extraída por resinagem das árvores gimnospérmicas ou sulfatada que é
obtida como subproduto na fabricação de papel pelo processo Kraft de pinus, todavia, esta
é rica em metil mercaptanas de enxofre que conferem odor desagradável, necessitando
submetê-la a um processo de desodorização para ser utilizada como matéria - prima em
síntese de produtos terpênicos. No presente trabalho, a terebintina de goma foi escolhida
como matéria - prima para o estudo da síntese de α-terpineol, sendo seus componentes
majoritários o α-pineno e β-pineno que podem ser fracionados a partir de um processo de
destilação. Estes componentes, são os precursores do terpineol e seus isômeros, os quais
podem ser sintetizados por hidratação do alfa e beta pineno utilizando ácidos fortes como
catalisadores. Atualmente, o ácido mais utilizado no ramoindustrial é o ácido sulfúrico,
porém, por ser um ácido de difícil separação é um grande problema para o meio
ambiente, pois necessita de grande quantidade de base para ser neutralizado e descartado
corretamente. Logo, se faz presente a necessidade de busca por outros ácidos como
catalisadores, mas que também, proporcionem uma boa conversão e seletividade para o
produto desejado. O estudo tem como objetivo realizar a síntese de terpineol, juntamente
com a análise de viabilidade técnico econômica da utilização do ácido cloroacético como
catalisador substituindo o ácido sulfúrico e verificando a conversão e seletividade obtida,
assim como, sua recuperação e viabilidade industrial, partindo do uso de terebintina bruta
sem a destilação dos componentes alfa e beta pineno. A análise de formação do produto
desejado foi obtida a partir de três métodosanalíticos, sendo a Cromatografia em Camada
Delgada (CCD) e Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massa (CG-EM),
além da avaliação de parâmetros físico- químicos como cor, odor e aparência. No
processo de síntese, o produto obtido foi um óleo de cor amarelo claro com cor e odor
característico e após as análises cromatográficas verificou-se a formação de uma rica
mistura de álcoois terpênicos sendo o terpineol o componente majoritário, além disso,
demonstrou-se a obtenção de bons resultados utilizando a terebintina de goma sem o
processo de destilação de alfa e beta pineno, evitando-se assim, uma etapa do
processamento. Comercialmente, o mesmo é denominadoóleo de pinho sintético e possui
grande valor comercial sendo utilizado como matéria prima na produção de produtos de
limpeza, tintas, thinners, fragrâncias, aromas, entre outros. Paraque o processo se tornasse
viável industrialmente, seria necessária a recuperação do catalisador da reação devido ao
seu elevado custo, todavia, o ácido possui uma extrema afinidade com o óleo e não
ocorreu a recristalização indicada pelo autor. Desta forma, concluiu-se que o ácido
cloroacético tem uma ação adequada como catalisador na reação de hidratação da
terebintina para formação do terpineol, tendo portanto viabilidade técnica, mas devido à
sua dificuldade de recuperação não há viabilidade econômicaconsiderável.