O Mel de abelha-sem-ferrão é definido como um produto natural elaborado pelas abelhas Meliponinae a partir do néctar das flores, de secreções de partes vivas das plantas ou de excreções em forma de líquidos açucarados de hemípteros que as abelhas recolhem. Apesar de o Brasil possuir uma grande variedade de espécies de abelhas nativas, a produção e comercialização do mel é basicamente realizada a partir do mel produzido pela espécie de abelha Apis melífera, originária da Europa e da África. Em função disso, a legislação que padroniza o mel para fins de comercialização só possui requisitos de qualidade para o mel da A. mellifera. O objetivo desta pesquisa o foi avaliar a qualidade microbiológica de sete amostras de mel de abelha Jatai (Tetragonisca angustula), produzido em diferentes municípios da região das Missões, no Noroeste – RS. Para isso, foram analisados os parâmetros microbiológicos para microrganismos do grupo coliformes a 35º C e 45ºC e bolores e leveduras. Das sete amostras, cinco apresentaram resultados inferiores a 3NMP/g para coliformes a 35ºC e 45ºC. Apenas uma amostra apresentou resultado elevado, 23 NMP/g, para coliformes a 35ºC. Os resultados obtidos para bolores e leveduras ficaram na casa de 106UFC/g para seis amostras e apenas uma amostra apresentou 107UFC/g. Segundo a legislação do estado de São Paulo, os critérios microbiológicos para bolores e leveduras devem ser inferiores a 104UFC/g. Com relação aos critérios microbiológicos para coliformes a 45ºC, no estado de São Paulo, os valores não devem ultrapassar 102UFC/g (resultados na casa da centena para NMP/g). Desta forma, podemos considerar que os méis analisados se encontram adequados no que diz respeito aos resultados de coliformes, porém está fora dos padrões microbiológicos para bolores e leveduras. Esses resultados demostram a importância das boas práticas apícolas e de manipulação durante todas as etapas de obtenção e comercialização de méis.