Resumo:
Esta delicada construção (de muitas parcerias) aconteceu enlaçada a um propósito de pesquisa, tendo
como título “A artesania e a autoria no apoio à inclusão escolar”
. Propôs-se constituir espaços/vivências
dos estudantes atendidos no Núcleo de Apoio Pedagógico (NAP), na possibilidade de compreender os
significados mobilizados na relação de aprendizagem criada com o outro nos processos de inclusão.
Este movimento foi possível diante da colaboração entre diferentes pessoas que, de alguma
maneira, vivenciam este lugar, nesta Rede Municipal de Ensino/NH (as crianças e adolescentes, as
pessoas da comunidade, os profissionais do NAP, a SMED e as professoras orientadoras da pesquisa -
UERGS). Neste exercício, não houve a intenção de explicar/definir o que é este lugar (assim, não é um
recurso explicativo), mas de provocar através das possibilidades de leituras, o aguçamento dos
sentidos e da dúvida: o que se pode construir/sentir/descobrir através da “artesania” quando pessoas
diferentes se encontram?
“Aprendizagem artesanal” não se caracteriza pelos processos de “dar forma”
, mas possibilitar
relações de troca que venham beneficiar cada um dos envolvidos, em parceria; nos questiona sobre
processos homogeneizantes, propondo maior “delicadeza” nas ações de uns com os outros; pois "[...] a
lógica da experiência produz diferença, heterogeneidade e pluralidade. [...] a experiência não é o
caminho até um objetivo previsto, até uma meta que se conhece de antemão, mas é uma abertura para
o desconhecido, para o que não se pode antecipar nem pré-ver nem pré-dizer” (Larrosa Bondía, 2002,
p. 28).
Os “ditos” destas pessoas neste registro, dançam/circulam pelos espaços das fotografias com a
transparência e a sensibilidade que perpassam em suas vozes; não delimitam ou dão contornos ao
contexto físico, mas são vozes que ecoam por todos os espaços, instigando escutas e acolhimentos; sem
a necessidade de se fazer qualquer juízo, mas convidando, talvez às possibilidades de afeto. Que este
registro nos provoque a agir em parcerias, de maneira receptiva (dentro e fora das instituições),
buscando, como declara a estudante Alessandra...