Este estudo de caso analisa as representações sociais originadas em uma escola pública da região do Litoral Norte do Rio Grande do Sul, no município de Xangri-lá/RS, sobre processos de encaminhamentos escolares de alunos para os serviços de Saúde e Assistência Social. Empregando os preceitos históricos relacionados ao processo civilizador e a teoria das Representações Sociais, questionou-se como estão sendo produzidos os sentidos em torno dos encaminhamentos escolares, a partir de entrevistas semiestruturadas com dez informantes atuantes em uma escola de ensino fundamental, da análise de documentos escolares e da legislação pertinente. Foi observada uma centralização nos serviços ligados à área da Saúde e interdependências reveladoras de processos civilizatórios de controle de condutas através da etiqueta, atrelados também aos serviços de Assistência Social que revelam uma transferência de responsabilidades entre os envolvidos. O encaminhamento escolar no caso pesquisado é representado como um problema na relação com o sentimento de isolamento, frustrações das equipes escolares, patologização e culpabilização de alunos e de suas famílias. As representações encontradas também foram analisadas sob a perspectiva da política de inclusão escolar. Consideramos que esforços para dar conta do diferente, ou seja, do não-familiar seja um dos movimentos que esclareceram tais representações.